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À semelhança de outros locais no Alentejo, as festividades do concelho de Redondo incorporam os rituais pagãos de tempos imemoriais com a liturgia católica. Aqui, a tradição cumpre-se com manifestações de fidelidade ab origine e com as inevitáveis reinvenções que enriquecem e modelam a
idiossincrasia do povo.
FESTIVIDADES POPULARES
Dia de Reis
Os exemplos são numerosos e começam logo no início do ano com o Cantar dos Reis. Os grupos informais de homens, mulheres e crianças em peregrinações pelas ruas são hoje menos abundantes. Contudo, a persistência de alguns, como o Grupo de Cantadores de Redondo, as Cantadeiras de Redondo, entre outros mantêm a tradição de cantar o Ano Novo de porta em porta.
Carnaval
Tradicionalmente, era costume começar a preparação do Carnaval com a Festa de S. Sebastião, durante a
qual havia oferendas de ramos de laranjas e bolos (fogaças) ao santo.
Mas o Carnaval é de facto anunciado pelas duas quintas-feiras dos compadres e das comadres que
br incam e dão largas à sua imaginação, reificando a habitual divisão sexual dos espaços e das
funções observadas nas sociedades tradicionais.
Tal como o conhecemos actualmente, o Carnaval de Redondo remonta à primeira metade do século XX. Ritual cristão com laivos pagãos, o Carnaval coincidia originalmente com o início da Quaresma e com o longo jejum de carne, simbolicamente assinalado pelas filhós, pastéis de grão e outras iguarias típicas. No Alentejo, o Carnaval de Redondo é uma referência, chegando mesmo a ser mencionado por Vergílio Ferreira na sua obra Aparição. Hoje, é posto na rua por centenas de entusiastas, atraindo visitantes de vários pontos do Alentejo.
Quadra Pascal
A Quadra Pascal é dominada pelos rituais litúrgicos, entre os quais as procissões e vigílias. Mas ressalva a simbologia da encenação do episódio bíblico em que Verónica limpa o rosto a Jesus Cristo, daí resultando a estampagem da face martirizada no lenço. Conhecida em Redondo por “A Padeirinha”, Verónica é representada por uma mulher que, na Sexta-Feira Santa e no Domingo de Páscoa, entoa
o cântico em latim «oh, vós todos os que passais/olhai e vede/se há dor semelhante à minha».
As Festas Populares do Concelho
Festas Populares/Ruas Floridas Por vezes ligadas às festas pagãs do solstício de Verão ou às celebrações
das colheitas, as festas populares que celebram os santos comemoram-se um pouco por todo o concelho.
Contudo, têm o seu ponto cimeiro nas Ruas Floridas, de dois em dois anos, por ocasião das Festas Populares de Agosto. A tradição das Ruas Floridas remonta ao século XIX e consiste na decoração das ruas da vila de Redondo com f lores e out ros objectos elaborados em papel colorido. Os registos escritos mais antigos que dão conta da ornamentação das festas organizadas pelos populares redondenses,
remontam a 1838. Há todavia, na tradição oral, relatos passados de geração em geração, que sustentam a feitura de alguns enfeites de papel por moradores, como complemento ornamental às festas de Agosto, consagradas inicialmente à N. Sra. de ao Pé da Cruz.
Durante décadas, os adornos de papel terão acompanhado as festividades resultando mais da espontaneidade do que de uma norma instituída socialmente.
Por conseguinte, essas práticas evoluíram para a afirmação enquanto elementos culturais, cuja
presença nas festas é incontornável, já desde esses tempos.
Somente em 1994, se consolidou o regresso das ruas decoradas com papel, por iniciativa da Câmara
Municipal de Redondo e com o apoio e ajuda entusiástica do povo redondense,
sob o signo das Ruas Floridas, designação que mantém.
Actualmente, as dimensões da realidade e da ficção fundem-se em harmonia, transportando os visitantes
através de um mundo de castelos e cavaleiros, navios e descobertas, pirâmides e reis, jardins e toda a sorte de figuras de papel.
Mais do que um evento, as Ruas Floridas representam uma manifestação de afirmação identitária, durante a qual são postos em evidência inúmeros aspectos culturais do concelho de Redondo.