Duarte regressou a Redondo num concerto imperdível
Atualizado em 01/09/2020Redondo recebeu no seu Centro Cultural, a 27 de fevereiro, o fadista Duarte que revisitou o auditório…
Redondo recebeu no seu Centro Cultural, a 27 de fevereiro, o fadista Duarte que revisitou o auditório após um concerto memorável em 2010. “Sem Dor Nem Piedade” é o último trabalho deste artista cuja ascensão se revela tão inevitável quanto natural, como aliás deixou evidente a todos os que marcaram presença.
Com a sala bem composta, e em silêncio, quem olhasse para o palco interrogar-se-ia certamente se quem acabava de tomar o seu lugar era um fadista daqueles tradicionais a que nos fomos habituando.
A postura era confiante, o traje contemporâneo – a roçar o hipster – e a voz, aquela voz, tinha qualquer coisa de diferente o que deixava adivinhar um grande momento musical que, no seu todo, poderia ser um poema.
E foi com um poema que o espetáculo arrancou fazendo ouvir uma e outra vez, as palavras de Duarte cantadas por si próprio, o que é um privilégio só digno dos verdadeiros cantautores nos quais este artista alentejano seguramente se insere.
Do alinhamento destaca-se também o Alentejo, que o artista fez questão de revisitar, por entre diversos temas do fado mais tradicional e a obra de Pessoa. “Fui Colher uma Romã”, “Desassossego”, “Rosas”, “Fado Escorpião” e “Terra da Melancolia” foram alguns dos temas apresentados.
Já no encore, foi com “Évora Doce” e “Vou-me embora vou partir” que se pôs todo o público a cantar dando fim ao um concerto protagonizado por um grande músico a quem nada mais resta desejar do que “Boa Sorte ou Despedida”.