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A Primeira Guerra Mundial provocou instabilidade política e social e deu início a uma crise financeira.
As cédulas, papel – moeda surgiram neste período conturbado da economia portuguesa, período de grande inflação que levou a que o dinheiro em metal se valorizasse e desaparecesse, porque as pessoas o guardavam. Então para moeda de troca, o Governo autorizou a Casa da Moeda a emitir cédulas que se destinavam a substituir moedas. Daí a designação papel-moeda.
Contudo, para transações locais, as cédulas podiam ser emitidas pelas Câmaras Municipais ou outras entidades. Em Redondo foram emitidas cédulas de 1 e 2 centavos pela Câmara Municipal sob a presidência de José de Almeida Barrancos e, de 5 e 10 centavos pelo Hospital Civil de Redondo.
Foram retiradas de circulação através do Decreto n.º 9.718 de 23 de maio de 1924.
Agradecimento a Daniel Gomes pela oferta desta cédula ao Arquivo Municipal de Redondo.
A 30 de agosto comemora-se os 120 anos de abastecimento das águas da Serra d’Ossa à vila de Redondo.
O documento apresentado foi o principal impulsionador de tal efeméride: o testamento de D. Antónia Luciana Tocha Moraes que falece a 24 de dezembro de 1896.
“Deixo em legado ao Município deste concelho a quantia de seis contos de réis, que serão aplicados na aquisição, estudos, condução e encanamento d’água que se acham na herdade dos Mamões da Serra d’Ossa pertencentes à Sereníssima Casa de Bragança e que desaproveitada vai perder-se na ribeira de Ter; com a condição porém, de a Câmara Municipal d’ este concelho se habilitar com os respetivos fundos para a conclusão desta importante obra e de primeiro interesse para esta terra, a qual deverá começar-se dentro d’um ano a contar do dia do meu falecimento, devendo ainda com as obras das fontes, chafarizes e marcos fontenários, fazer-se na povoação ou junto d’ ella, uma lavanderia (…) mas se a referida câmara por qualquer circunstância na poder ou não quiser adquirir as águas nas condições expostas, quero então que esse capital reverta a favor de meus herdeiros”.
A dois dias da data limite, 22 de dezembro de 1897, dão-se início às obras que se concluem a 30 de agosto de 1903.
Cota- PT/CMRDD/JDCR/A/001
Aproximam-se as festas das Ruas Floridas, um projeto iniciado em 1975 por um grupo de 13 pessoas, o Grupo Pró-Amigos de Redondo. No ano referido as festas foram designadas por Festas do Povo e surgem as ruas engalanadas (16) pelos próprios moradores.
Efetuou-se um concurso de ruas engalanadas, “cujo 1.º prémio foi dado a todas as ruas pelos membros do júri que era composto pelos representantes dos moradores das respetivas ruas. Apresentam-se seguidamente as ruas: Rua Cândido dos Reis, Rua de Évora, Rua do Lagar, Rua Miguel Bombarda, Rua da Ladeira, Rua Gago Coutinho, Avenida Antónia Luciana, Rua de Montoito, Rua de S. João, Largo Novo Redondo, Rua 5 de Outubro, Praça D. Diniz, Travessa do Lagar, Rua Sacadura Cabral, Rua da Botica e Rua Elisa de S. Queimado” (Jornal da Vila de Redondo, 20 de setembro 1975).
Do programa apresentado, no sábado dia 7, constava também a Alvorada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Redondo, uma prova de ciclismo amador, uma prova de moto cross, uma ceia alentejana (distribuição gratuita de carne assada e vinho tinto do Redondo), desfile de grupos corais alentejanos, arraial, bazar e baile.
No domingo, dia 8, depois da alvorada, os festejos religiosos: uma missa campal no adro da Igreja do Calvário em honra de Nossa Senhora de ao Pé da Cruz, seguida de procissão com a imagem da Padroeira que percorreu algumas ruas da vila. Torneio ao tiro aos pratos, corrida de toiros, arraial, bazar e baile.
Da mesma forma que terminava este programa, assim termina este texto Visite Redondo e aprecie as suas ruas engalanadas.
Cota- PT/CMRDD/R/A//Cx004
O Palácio da Justiça foi considerado pelo Presidente da Câmara, em 1966, Dr. Teófilo Coelho da Costa, o maior empreendimento realizado nesta vila nos últimos anos. A construção no local onde durante anos existiu o inestético esqueleto do teatro (incêndio a 27 de março de 1932), tem início a 2 de janeiro de 1966 com projeto do arquiteto Sebastião Formosinho Sanchez.
A inauguração do Palácio da Justiça ocorre a 9 de julho de 1972 “A aguardar o titular da pasta da Justiça encontravam-se à entrada da vila de Redondo, além da sua pessoa, os restantes vereadores, elementos do Conselho Municipal, juntas de freguesia, o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, o Procurador da República junto daquele Tribunal, o Senhor Arcebispo de Évora, presidentes das Câmaras municipais do Distrito, magistrados, autoridades militares e outras individualidades.
De Lisboa, o Professor Doutor Almeida Costa, viajou com os Senhores Directores – Gerais da Justiça e dos Registos e Notariais. Na comitiva integravam-se ainda o Senhor Governador Civil do Distrito e Deputados do Círculo. Após breve troca de cumprimentos, organizou-se um extenso cortejo a pé em direcção ao Palácio da Justiça, localizado na parte central da vila. Durante o percurso numeroso público, agremiações culturais, recreativas e desportivas do concelho, bem como a corporação dos bombeiros que prestou a guarda de honra ao Senhor Ministro; as crianças das escolas e um rancho infantil que lançaram pétalas de flores sobre o Senhor Ministro e seus acompanhantes. Na escadaria exterior do edifício a inaugurar encontram-se o juiz da comarca, acompanhado de magistrados das comarcas vizinhas e advogados, além de outras entidades ligadas ao foro e à vida do concelho. Abertas solenemente as portas do novo edifício, ali, no átrio de entrada, o Senhor Ministro descerrou uma placa comemorativa do acto e o Senhor Arcebispo de Évora procedeu à cerimónia da bênção. Depois de breve visita às instalações, na ampla sala de audiências, efectuou-se uma sessão solene a que presidiu o Professor Doutor Almeida Costa. A ladear a mesa presencial viam-se as bandeiras de todas as colectividades concelhias. (…)
Está feito o relato do que foi a inauguração do Palácio da Justiça (…) que não houve foguetes, música e banquete em respeito pela memória do recente falecimento do Senhor Presidente desta Câmara Municipal, Doutor Teófilo Coelho da Costa, a quem se fica devendo o melhoramento ao qual dedicou especial atenção.” (Ata de 12 de julho de 1972)
PT/CMRDD/B/A/001/Lv078
Nas cortes de Lisboa de 1641 foi lançado um novo imposto, a décima, que incidia sobre todas as rendas e ofícios. Também designada por décima militar por fazer face às despesas com a guerra da Restauração.
Anos mais tarde, a 26 de setembro de 1762, o imposto da décima foi relançado com a mesma finalidade, fazer face às despesas no contexto da Guerra dos Sete Anos.
O conjunto documental da Décima, do Arquivo Municipal é constituído por 150 livros (divididos por prédios urbanos, rústicos e de Montoito), tendo como datas extremas os anos de 1762 e 1844.
O livro apresentado, de 1762 leva-nos a conhecer as ruas da vila (Rua do Arrabalde, Rua dos Curtidos, Rua do Castelo, Praça, Rua de Évora, Rua das Ameixieiras, Rua da Ruinha, Rua do Outeiro do Lagar, Rua do Outeiro de trás, Rua de Nenhures, Rua do Sobreiro, Rua Nova, Rua do Poço Novo, Rua de São Miguel, Travessa de Baixo da Rua de São Miguel, Rua da Botica, Rua das Piçarras, Rua do Calvário, Rua dos Ferreiros, Terreiro do Paço do Prior, Rossio atrás da Rua dos Ferreiros, Rossio Largo, Rua das Flores, Travessa da Rua das Flores, Travessa do Rossio, De trás do Curral, Rua de Montoito e Rua dos Oleiros). E os ofícios dos seus moradores: ferreiros, albardeiros, soldados, carpinteiros, eclesiásticos, almocreves, oleiros, pastores, alvanéus, sapateiros e barbeiros. Mas a grande parte dos moradores da vila estavam ligados à indústria dos panos: cardadores, tecelões, tosadores, carduçadores, tintureiros e fabricantes de panos com e sem prensa.
Os livros da décima constituem uma das principais fontes para o estudo social e económico da época. Contam-nos a história de uma vila, de uma rua, de um prédio, quem eram os proprietários e arrendatários e, as suas profissões.
PT/CMRDD/F/A/002/002/Lv001
A primeira carta de foral atribuída à vila de Redondo data de 27 de abril de 1318, foral fundador da vila e concelho de Redondo.
“Em nome de deus Ámen. Saibam quantos esta carta/ virem e ler ouvirem que Eu Dom Dinis pela graça/ de deus Rei de Portugal e do Algarve (…) faço carta de foro para todo sempre aos/ moradores e povoadores do Redondo. Assim aos presentes/ como aos que hão-de vir (…)”
O foral outorgado pelo rei D. Dinis ordenava a edificação de um castelo, como era frequente acontecer. Que os moradores construíssem um castelo à sua custa e o fizessem com a maior brevidade possível. Construção que tem início em 1319, conforme consta na lápide embutida sobre a Porta da Ravessa.
Este diploma que estabelecia as normas que regulavam a vida coletiva dos habitantes, fixava os limites territoriais do concelho, o qual passava a dispor de estandarte e selos próprios. Estava dotado de autonomia municipal, sob tutela régia.
Cota- PT/CMRDD/A/001/001
(cópia do original- ANTT, Foral de Redondo, 27.4.1318, Chanc. de D. Dinis, livro 3, fol. 118v.)
Transcrição paleográfica segundo as normas de transcrição propostas pela Comissão Internacional de Paleografia e Diplomática
A celebração da Páscoa assume no concelho de Redondo um papel relevante aliado ao cariz religioso o social, percorrendo as procissões, as tradições e a gastronomia.
A primeira referência a este período data de 1704 quando os tintureiros e lavradores foram condenados porque faltaram com a bandeira à Procissão da Páscoa. (PT/CMRDD/B/A/001/Lv004)
A primeira referência à Procissão dos Passos data de 1830 (PT/CMRDD/B/A/001/Lv019), em que é referida a necessidade de mais policiamento para a Procissão dos Passos e Semana Santa.
Na documentação referente à Junta da Paróquia da Freguesia de Redondo (PT/CMRDD/B/B/001/002/Cx001) são referidas as despesas feitas com a festividade da semana santa: “com as palmas e alecrim para a bênção dos ramos; com os santos óleos e folhinhas; com a comunidade dos clérigos na semana santa; com a música na mesma solenidade e com os sermões de mandato e enterro” (1854).
Por sua vez, a Irmandade do Santíssimo Sacramento (PT/ISSR/001/Cx001) tinha no seu orçamento anual da despesa uma verba para ajudar a vestir pobres na Quinta-feira Santa e, para vestir oito crianças pobres, sendo quatro do sexo masculino (calças, colete, casaco, chapéu, um par de meias, um par de sapatos, camisa e ceroulas) e quatro do sexo feminino (saia, casaco, lenço, um par de sapatos, um par de meias, camisa e xaile). (1910)
Em resposta a Questionário da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, datado de 16 julho 1972 “…em Redondo os doces próprios da vila são os da Páscoa: merendeiras, bolos de folha e queijadas.”
Segunda-feira de Páscoa, feriado municipal do concelho, desde 1971: “… por ser este dia de festa tradicional e característica, onde de longa data é festejado… cuja população se desloca para o campo, onde vai comer o tradicional borrego, especialmente junto à ermida de Nossa Senhora da Piedade, onde se adora e venera a imagem” (PT/CMRDD/B/A/001/Lv079).
Arquivo Fotográfico Municipal
Coleção Particular de João Carlos Aires
Foi criada, em 1933, a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), transformada na Polícia Internacional de Defesa do Estado, após o final da II Guerra Mundial.
Tinha como principais competências a vigilância e o controlo de estrangeiros em Portugal, conforme consta do decreto-lei n.º 22.992, de 29 de agosto de 1933. Desta forma, cabia à PVDE “(…) impedir a entrada no País de estrangeiros indocumentados ou indesejáveis; organizar o registo geral e cadastro dos estrangeiros com residência permanente ou eventual no País; exercer sobre os estrangeiros que residam ou transitem pelo País a ação policial necessária (…)”.
Gradualmente, a partir de 1933, judeus, russos (associados à difusão do comunismo) e apátridas passam a ser identificados como “invasores”, ditando a efetivação de normas internas restritivas à sua entrada no país.
Todos os proprietários de hotéis, pensões, casas de hóspedes e congéneres (…) quando da entrada e saída de qualquer estrangeiro têm de participar imediatamente (Art.6º do decreto n.º 15.884).
Os relatórios da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado que se situam entre os anos de 1932 e 1938 mostram múltiplos movimentos de estrangeiros. Aumentando em 1936 a 1939, em virtude da Guerra Civil em Espanha.
PT/CMRDD/H/D/001/Cx001
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