Fragmentos da História Local: O azeite
Atualizado em 24/11/2022As oliveiras há séculos que fazem parte da paisagem do concelho de Redondo, a azeitona depois de varejada pelas gentes se transforma em azeite que é sustento e tempero que fizeram parte do trabalho agrícola redondense.
Distinguiam-se três qualidades de azeite: o azeite virgem/extra ou superior, o azeite fino e o azeite ordinário de acordo com a acidez.
O azeite destaca-se pela sua qualidade e em 1862 são enviados para figurar na Exposição Universal em Londres: azeite superior, azeite ordinário e azeitonas de duas qualidades. Produtos de Domingos António Falé Ramalho.
O documento em destaque relata um período conturbado pela falta de géneros e consequente subida dos preços.
Em 1917, um abaixo-assinado dos proprietários e produtores de azeite (número total de 48) deste concelho comprometem-se em fornecer 10% da sua colheita de azeite para consumo das classes menos abastadas do concelho. Ano em que a fome era o grande flagelo do país, justificada pela intervenção da I Guerra Mundial.
A necessidade que o Governo tinha de abastecer os mercados de Lisboa e Porto que se encontravam esgotados deste género de primeira necessidade, convidando todos os produtores a voluntariamente entregar o azeite excedente às necessidades do consumo local.
Entre 1921-1922 há notas da existência de 6 lagares: Emília Augusta da Silva Queimado (na Travessa da Ponte), Rui Carmelo Rosa (no Outeiro do Lagar e outro no Poço Velho), Adelino Joaquim da Silva (Rua do Poço Novo), João Bento Lima Rosado (na Rua de S. João), Dr. António Vicente Marçal Martins Portugal (no Largo do Valado) e José de Almeida Barrancos.
Todos os detentores, negociantes, lavradores, produtores ou possuidores de azeite eram obrigados a manifestar as existências em seu poder. Em 1927, 185 manifestos só na freguesia de Montoito e 91 no restante concelho.
Cota- PT/CMRDD/K/B/001/Cx001