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PATRIMÓNIO NATURAL
A Serra d’Ossa
Entre os concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Alandroal e Redondo, ergue-se majestosamente na paisagem alentejana a Serra d’Ossa.
Apesar de uma grande área do coberto vegetal da Serra estar dominado pelo eucalipto, os montados de sobro e azinho e os extensos estevais constituem por excelência os habitats seminaturais resultantes da intervenção humana na paisagem ao longo dos tempos.
A flora da Serra D’Ossa oferece muitas características do elenco florístico das regiões mediterrâneas. A vegetação é constituída por espécies de folha pequena, dura e muitas vezes espinhosa, como protecção às
elevadas temperaturas e, sobretudo, à falta de água. Dominam as árvores de folha persistente, como o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Q. rotundifolia), o zambujeiro (Olea europaea ssp. Sylvestri), o pinheirobravo (Pinus pinaster) e pinheiromanso (Pinus pinea), não esquecendo a enorme mancha de eucaliptocomum (Eucalyptus globulus). No estrato arbustivo o elenco é composto por medronheiro Arbustus unedo), urze (Erica australis), rosmaninho (Lavandula lusitanica) e alecrim (Rosmarinus officinalis), entre muitas outras espécies aromáticas.
Do ponto de vista florístico, destaque-se ainda a presença de plantas de elevado interesse patrimonial, como é o caso de codeço (Adenocarpus telonensis), do tojo (Ulex eriocladus) e do orvalho do sol, planta insectívora(Drosera lusitanica).
Existe nesta serra uma grande diversidade de seres vivos, alguns raros e de grande interesse de conservação, destacando-se em termos avifaunísticos a águia-calçada, bem como a ocorrência de peneireiro-cinzento e do mocho-de-orelhas, espécie pouco comum e mal conhecida em Portugal.
De entre os corvídeos destaque para o corvo (Corvus corax) e para o gaio (Garrulus glandarius), muito frequentes na serra. A serra abriga ainda espécies tão importantes para a conservação como a águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), o bufo real (Bubo bubo), algumas espécies de morcegos e a víbora cornuda (Vipera latasti). Na proximidade de linhas de água é frequente encontrar alguns anfíbios
como a salamandra (Salamandra salamandra), o sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasii), a rela (Hyla arborea), entre outros. Em termos de espécies cinegéticas, destaque para a caça maior, com presença do javali (Susscrofa).
A Barragem da Vigia
O espelho de água da albufeira da Vigia fica localizado entre as freguesias de Redondo e Montoito.
As principais linhas de água afluentes são, além da ribeira de Vale Vasco, a ribeira da Alcorovisca, a ribeira da Casa Branca e o ribeiro de Vale Figueira. A cerca de 2km a montante da barragem, a albufeira divide-se em dois grandes braços, alcançando o seu comprimento máximo de 6 km ao longo do vale da ribeira da Alcorovisca.
É de realçar nas margens da Albufeira da Vigia o sistema agro-silvo-pastoril que contribui muitas vezes para a diversidade da fauna que encontra nestes habitats locais de alimentação, de refúgio e de reprodução. Nas margens da barragem, em particular nos tramos mais a montante, é frequente encontrarmos uma grande diversidade de espécies de avifauna típicas de contextos estuarinos e de sapais.
PATRIMÓNIO CULTURAL
Património Arqueológico
O Alentejo é um território reconhecidamente rico em vestígios arqueológicos, particularmente a partir do Neolítico, época que teve início nesta região, há mais de sete mil anos.
O concelho de Redondo conta com um importante legado arqueológico.
Foram identificadas cerca de 50 Antas na região, que constituem uma das mais expressivas marcas humanas na paisagem local e regional.
De entre estas destacam-se pelo seu estado de conservação as seguintes:
Anta do Paço
Monumento funerário – Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal bastante arruinada, com apenas quatro esteios erguidos. Nos anos trinta do séc. XX apresentava ainda o respectivo chapéu. Foi visitado e dado a conhecer pelo investigador alemão Georg
Leisner em 1949.
Anta da Herdade das Casas Novas
Monumento funerário – Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal de sete esteios e um corredor. Foi visitado e dado a conhecer pelo investigador alemão Georg Leisner em 1949.
Anta 1 do Colmeeiro
Monumento funerário – Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal e um corredor. Este monumento é um dos mais bem conservados de todo o concelho. Foi visitado e dado a conhecer por Gabriel Pereira nos finais do séc. XIX. Classificado como Monumento Nacional segundo DG 136 de 23-06-1910.
Anta do Hospital
Monumento funerário – Neolítico IV/IIIº milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal de sete esteios e um corredor. Foi visitado e dado a conhecer pelo investigador alemão Georg Leisner em 1949.
Anta da Vidigueira
Monumento funerário -Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal e um corredor. Visitado e dado a conhecer por Gabriel Pereira nos finais do séc. XIX.
Classificado como Monumento Nacional, segundo DG 136 de 23-06-1910.
Anta da Candeeira
Monumento funerário – Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico que apresenta uma câmara poligonal ainda com tampa; o enigmático orifício no esteio de cabeceira, designado usualmente como “buraco da Alma” estará certamente relacionado com outras utilizações do monumento que não a original, eventualmente de fundo eremítico. Foi dado a conhecer por Gabriel Pereira nos finais do séc. XIX.
Classificado como Monumento Nacional, segundo DG 136 de 23-06-1910.
Anta da Silveira
Monumento funerário – Neolítico IV/III milénio a.C.
Monumento megalítico composto por uma câmara poligonal, não se conhecendo vestígios do corredor.
Visitado em 1916 por Leite de Vasconcelos, então director do Museu “Ethonológico” Nacional.
Mapa das Antas