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Decorria o ano de 1874, mês de março, quando um indivíduo de nome Venâncio, natural de Castro Marim fora interrogado no tribunal da vila de Redondo pelo crime de contrabando: Autos crimes de querela por descaminho de uma porção de tabaco torcido e charutos espanhóis.
Estava “acompanhado d’uma espingarda d’um cano, um chumbeiro, um polvorinho, quatro metros de baeta encarnada, e 1,300 kilos de tabaco hespanhol”.
O contrabando luso-espanhol assentava sobretudo em produtos como vinhos, tecidos, açúcar, tabaco, azeite, vinagre, cereais, café e sabão.
Pode consultar este e outros processos de contrabando, grande parte aconteceram na zona do Guadiana, referentes ao concelho do Alandroal. Presentes ao Juiz de Direito da Comarca de Redondo e presos na cadeia desta vila.
PT/CMR/JDCR/B/002
Do conjunto de brincadeiras e festejos que ocorrem durante três dias, os que precedem a Quaresma, sempre o Redondo assinalou a época carnavalesca.
O Carnaval de 1944 foi marcado essencialmente pelo cinema. O cartaz anexo em imagem convida todos os redondenses a quatro noites de cinema e a uma matiné no segundo dia. De modo a “passar um CARNAVAL alegre, emocionante, cheio de maravilhas e encantos?!”.
Para além do Cine Capitólio, também um Teatro desmontável preparou um programa para os três dias de Carnaval:
20 de fevereiro, domingo às 21h, 1.º espetáculo de carnaval- A viúva alegre
21 de fevereiro, segunda às 21h, 2.º espetáculo de carnaval- Prata da casa, apresenta um espetáculo de risota e linda música com a interessante Revista-Fantasia
22 de fevereiro, terça às 21h- último espetáculo de carnaval- Casa de doidos, é uma comédia capaz de fazer rir as pedras da rua
Tudo espetáculos de “risota” e gargalhada. Na quarta-feira, a de cinzas, o mesmo teatro desmontável apresentou a célebre tragédia histórica D. Inês de Castro e d. Pedro, o Cruel.
Há 80 anos foi assim…
Cota- PT/CMRDD/R/A/001/Cx001
As Misericórdias eram as principais instituições tutelares de hospitais no país que desempenharam um papel fulcral na assistência social desde o séc. XVI.
Os hospitais eram frequentados essencialmente por pobres, com predomínio da presença masculina.
Segundo o movimento dos doentes do Hospital Civil de Redondo no ano de 1897, estavam hospitalizados 111 varões e 48 fêmeas (designação utilizada para masculino/feminino).
O quadro de pessoal dos hospitais incluía médicos, cirurgiões, enfermeiros, capelões, boticários/farmacêuticos, ajudantes, cozinheira e porteiro. Dependendo do número de doentes e da dimensão das instalações. Em 1865, o Hospital do concelho tinha a seu cargo um enfermeiro e uma enfermeira (casados), em 1869 um cirurgião e um médico.
Excerto de um questionário, de 15 de novembro de 1895, nesta altura cabia ao enfermeiro quase todas as tarefas e responsabilidades com o doente:
“Quando algum doente se urina ou suja quem o limpa? O enfermeiro e o criado.
Quando, como agora há doentes perigosos quem faz as vigílias da noite? O enfermeiro.
Quando o doente desorganiza a cama quem lh’a aconchega? O enfermeiro.
Quando morre um doente a quem pertence amortalhá-lo? O enfermeiro e o criado.
A quem pertence distribuir as refeições e dar os remédios? O enfermeiro e só ele.”
(PT/CMRDD/C/A/001/004/Cx024)
A guerra colonial (1961-1974) em Angola, Moçambique e Guiné onde estiveram as forças armadas portuguesas foi um acontecimento da história profundamente marcante e legível na troca de correspondência.
O serviço de distribuição dos aerogramas foi criado pelo Movimento Nacional Feminino em 1961 como forma de apoiar os soldados e as suas famílias. Os aerogramas amarelos eram enviados no sentido Ultramar – Continente.
O Fundo do Arquivo Pessoal JP (1969-1971) é composto por correspondência expedida pelo particular para a sua família.
Relatos onde são revelados pormenores das operações e o sacrifício. “Viaturas velhas e todas espatifadas e a avariarem a todo o momento… Os soldados da minha companhia estão a viver em barracas, pois estão-se a fazer umas casernas que só devem estar prontas daqui a mês e meio. Não têm camas nem colchões, de modo que dormem no chão. Também não têm mantas… O pessoal vai-se abaixo fisicamente, não devido à guerra e esforço físico, mas sim devido às condições de vida”. (Aldeia Formosa, 6/12/69)
“O dia de Natal passei-o no quartel. Na véspera é que fomos fazer uma operação” (Aldeia Formosa, 26/12/69)
PT/AMR/APJP/001
“Ano do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e vinte e três anos aos dezanove dias do mês de janeiro nesta vila do Redondo…” este é o início do primeiro testamento pertencente ao fundo Provedoria das Comarcas de Évora e Estremoz.
Um total de 474 testamentos digitalizados e disponíveis para consulta com pontos de acesso para uma pesquisa mais simples e direta.
Em geral, os testamentos iniciavam com o prólogo que incluía a saudação (Em nome do pai, filho e espírito santo…) e a identificação do testador (nome, estado, residência e a maioria das vezes profissão), seguida da parte religiosa com a encomendação da alma, invocação dos santos e do anjo da guarda, considerações sobre o estado de saúde, determinação do número de missas a realizar e legados. Depois as disposições materiais, a herança (bens e dívidas) e a enumeração de herdeiros. Por fim indicavam-se as testemunhas, o escrivão e a data e local da redação.
O conteúdo riquíssimo dos testamentos possibilita o estudo de diferentes áreas da história. Neste caso específico são três séculos de história, sendo o último testamento de 1893.
Para consulta em https://arquivomunicipal.cm-redondo.pt/index.php/testamentos
Nome
Feira de Outubro (S. Francisco)
Data
4, 5 e 6 de outubro
Breve descrição da feira
Hoje limita-se a ser uma feira como as demais desta região, mas em tempos não muito remotos, era uma feira romaria, à qual acorriam todos os anos indivíduos dos concelhos vizinhos e até de regiões mais longínquas que com os seus cantares característicos (Amareleja, Santiago Maior) e os seus meios de transporte, transformaram esta feira numa feira romaria muito conhecida no Alentejo (…) também os habitantes dos lugares do concelho de Alandroal que se deslocavam nos típicos carros “armados”, com o seu tocador de harmónio, faziam durante toda a noite os populares bailes. Também os ciganos, que era vulgar escolherem Redondo para a realização dos seus casamentos (…) as ciganas com os seus garridos e vistosos vestidos (…) emprestavam ao ambiente um ar especial de cor e alegria.
História
Esta feira, cuja origem se perde na antiguidade dos tempos, pela época em que se realiza, perto do fim do ano (…) tem muita importância comercial, pois aqui se vêm adquirir muitas espécies de gados que apenas nesta época se compram (porcos para a montanheira) como também artigos necessários para serviços que estão ou começam a fazer-se (varas, canastras, cestos, etc. para o apanho de azeitona, mantas, safões e gabões para os trabalhadores da agricultura). Sem característica permanente realizam-se alguns anos touradas.
Entidade que atualmente se encarrega da organização
Câmara Municipal de Redondo
Parte do Questionário da Direção-Geral do Turismo respondido pela Câmara Municipal de Redondo em 2 de setembro de 1976.
(PT/CMRDD/C/A/001/004)
Um ofício do médico do partido é dirigido ao Sr. Presidente da Câmara a informar que necessita “tomar banhos do mar a bem da minha saúde”. Ausentou-se durante um mês. (17 de setembro de 1875).
Até ao início do séc. XX os banhos na praia tinham fins terapêuticos e a indumentária a utilizar estava legislada.
A Circular n.º Z-1/28 de 25 de julho de 1953 “… proíbe o uso de fatos de banho fora dos limites das praias, das piscinas ou de outros locais destinados à prática da natação” por isso “deverão ser autuadas todas as pessoas de mais de 10 ou 12 anos, conforme forem do sexo feminino ou masculino, que, fora dos mencionados limites, se apresentem em público com fatos de banho que não estejam inteiramente resguardados por vestuário próprio”.
Fotos Arquivo Municipal – Coleção Particular
A colónia de férias da Serra d’Ossa teve como principais destinatários as crianças pobres da catequese (1956) que mantinha no verão apreciável número de crianças de ambos os sexos (1959).
Abria nos primeiros dias de julho (1966) e funcionava no verão em 2 turnos, com 48 crianças internas e algumas externas, estas em número variável. A receita, em 1972, foi de 11 400§00 e a despesa de 12 700§00. A proveniência da receita foi de ofertas em dinheiro, géneros e mão de obra, de particulares, entidades oficiais e Fundações.
O município todos os anos entregava o valor de 500$00 para apoio à colónia de férias da Serra d’Ossa.
Tão útil para as crianças pobres do concelho, convidavam-se sempre crianças das paróquias do campo e desde 1965 começaram a frequentar a colónia crianças do Freixo e Santa Susana.
PT/CMRDD/ C/A/001/004
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