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O Arquivo Municipal de Redondo possui centenas de cartazes referentes a espetáculos e outras formas de expressão cultural com data início em 1935.
Nas décadas de 1940 e 1950 as representações culturais eram sobretudo ao nível de teatros desmontáveis, bailes nas sociedades, na Esplanada Rink e bailes particulares, cinema no Cine-Capitólio e Cines Sonoros Ambulantes, circos e, corridas na Praça de Touros de Redondo.
O primeiro cartaz e simultaneamente a primeira referência a uma festa de aldeia do concelho diz respeito às Festas do Freixo, em honra de Nossa Senhora da Assunção, de 30 e 31 de agosto de 1959.
As festas de verão assinalavam um momento de convívio (banda, arraial, fogo de artifício, espetáculo musical) e em paralelo de religiosidade (procissão, missa cantada, fogaças). Este cartaz tem um aspeto curioso referente ao estabelecimento de práticas religiosas “Recorda-se às senhoras que é proibido entrarem na Igreja com fato sem mangas e sem meias”.
O outro cartaz data de 1960 e refere-se às festas de Montoito em honra de S. Sebastião e Nosso Senhor Jesus dos Passos.
Cota- PT/CMRDD/R/A/001/Cx002
As casas do povo foram criadas pelo Decreto-Lei n.º 23051, de 22 de setembro de 1933.
A Casa do Povo de Redondo foi fundada no dia 18 de maio de 1934, tendo-se dado a fusão com a Associação de Socorros Mútuos de Nossa Senhora de Ao Pé da Cruz em 2 de julho de 1941.
De salientar a sua ação de relevo no campo da assistência sobretudo médica e medicamentosa. No campo da cultura popular salientar o seu rancho folclórico: o das Cantarinhas de Barro, o adulto e infantil, fundado a 31 de outubro de 1981.
“É composto por um Rancho adulto, formado por 10 pares e um Rancho infantil o qual conta com a participação de 8 pares. Na parte do acompanhamento musical, existem 2 acordeons, um bombo, ferrinhos e castanholas, os quais são instrumentos que normalmente acompanham as músicas da nossa região e das quais destacamos as saias. (…) As vozes são femininas. (…) O primeiro par representa os ceifeiros, apresentando-se, ela com uma saia das calças e respectiva foice e ele com um par de ceifões, com que se protegia no atar dos molhos de trigo (Memorando, 1984).
Integrado nas comemorações do “Dia da Casa do Povo” vai o Rancho Folclórico levar a efeito o seu I Festival de Folclore em 1983.
Cota- PT/AMR/ASMNSPC/E/003
As eleições de 25 de abril de 1975 foram as primeiras eleições livres em Portugal – ato eleitoral para a Assembleia Constituinte. Também pela primeira vez as mulheres tiveram o direito de voto universal.
Em janeiro de 1975 estavam inscritos 6430 eleitores no concelho, 4800 na freguesia de Redondo e 1630 na freguesia de Montoito.
Funcionaram treze seções de voto. Sete seções de voto a funcionar na vila de Redondo distribuídas pelos edifícios da Escola Morais e da Casa do Povo, uma na Aldeia da Serra, outra no Freixo e outra em Santa Susana. E três na freguesia de Montoito, duas a funcionar na Casa do Povo de Montoito e a outra a no edifício da escola primária das Aldeias de Montoito.
“Os eleitores votarão pela ordem de chegada à assembleia de voto, dispondo-se para o efeito em fila.” (Artigo 90º, Decreto-Lei n.º 621-C/74 de 15 de Novembro).
Em resposta a questionário sobre “Análise do processo eleitoral” não houve dificuldades no recenseamento. A campanha eleitoral correu bem e não houve perturbações da ordem pública. Os partidos concorrentes no círculo leitoral que designaram delegados: PS, PCP e PPD.
Foi assim a 1.ª votação livre no concelho há 50 anos.
Cota- PT/CMRDD/G/001/Cx025
Decorria o ano de 1874, mês de março, quando um indivíduo de nome Venâncio, natural de Castro Marim fora interrogado no tribunal da vila de Redondo pelo crime de contrabando: Autos crimes de querela por descaminho de uma porção de tabaco torcido e charutos espanhóis.
Estava “acompanhado d’uma espingarda d’um cano, um chumbeiro, um polvorinho, quatro metros de baeta encarnada, e 1,300 kilos de tabaco hespanhol”.
O contrabando luso-espanhol assentava sobretudo em produtos como vinhos, tecidos, açúcar, tabaco, azeite, vinagre, cereais, café e sabão.
Pode consultar este e outros processos de contrabando, grande parte aconteceram na zona do Guadiana, referentes ao concelho do Alandroal. Presentes ao Juiz de Direito da Comarca de Redondo e presos na cadeia desta vila.
PT/CMR/JDCR/B/002
Do conjunto de brincadeiras e festejos que ocorrem durante três dias, os que precedem a Quaresma, sempre o Redondo assinalou a época carnavalesca.
O Carnaval de 1944 foi marcado essencialmente pelo cinema. O cartaz anexo em imagem convida todos os redondenses a quatro noites de cinema e a uma matiné no segundo dia. De modo a “passar um CARNAVAL alegre, emocionante, cheio de maravilhas e encantos?!”.
Para além do Cine Capitólio, também um Teatro desmontável preparou um programa para os três dias de Carnaval:
20 de fevereiro, domingo às 21h, 1.º espetáculo de carnaval- A viúva alegre
21 de fevereiro, segunda às 21h, 2.º espetáculo de carnaval- Prata da casa, apresenta um espetáculo de risota e linda música com a interessante Revista-Fantasia
22 de fevereiro, terça às 21h- último espetáculo de carnaval- Casa de doidos, é uma comédia capaz de fazer rir as pedras da rua
Tudo espetáculos de “risota” e gargalhada. Na quarta-feira, a de cinzas, o mesmo teatro desmontável apresentou a célebre tragédia histórica D. Inês de Castro e d. Pedro, o Cruel.
Há 80 anos foi assim…
Cota- PT/CMRDD/R/A/001/Cx001
As Misericórdias eram as principais instituições tutelares de hospitais no país que desempenharam um papel fulcral na assistência social desde o séc. XVI.
Os hospitais eram frequentados essencialmente por pobres, com predomínio da presença masculina.
Segundo o movimento dos doentes do Hospital Civil de Redondo no ano de 1897, estavam hospitalizados 111 varões e 48 fêmeas (designação utilizada para masculino/feminino).
O quadro de pessoal dos hospitais incluía médicos, cirurgiões, enfermeiros, capelões, boticários/farmacêuticos, ajudantes, cozinheira e porteiro. Dependendo do número de doentes e da dimensão das instalações. Em 1865, o Hospital do concelho tinha a seu cargo um enfermeiro e uma enfermeira (casados), em 1869 um cirurgião e um médico.
Excerto de um questionário, de 15 de novembro de 1895, nesta altura cabia ao enfermeiro quase todas as tarefas e responsabilidades com o doente:
“Quando algum doente se urina ou suja quem o limpa? O enfermeiro e o criado.
Quando, como agora há doentes perigosos quem faz as vigílias da noite? O enfermeiro.
Quando o doente desorganiza a cama quem lh’a aconchega? O enfermeiro.
Quando morre um doente a quem pertence amortalhá-lo? O enfermeiro e o criado.
A quem pertence distribuir as refeições e dar os remédios? O enfermeiro e só ele.”
(PT/CMRDD/C/A/001/004/Cx024)
A guerra colonial (1961-1974) em Angola, Moçambique e Guiné onde estiveram as forças armadas portuguesas foi um acontecimento da história profundamente marcante e legível na troca de correspondência.
O serviço de distribuição dos aerogramas foi criado pelo Movimento Nacional Feminino em 1961 como forma de apoiar os soldados e as suas famílias. Os aerogramas amarelos eram enviados no sentido Ultramar – Continente.
O Fundo do Arquivo Pessoal JP (1969-1971) é composto por correspondência expedida pelo particular para a sua família.
Relatos onde são revelados pormenores das operações e o sacrifício. “Viaturas velhas e todas espatifadas e a avariarem a todo o momento… Os soldados da minha companhia estão a viver em barracas, pois estão-se a fazer umas casernas que só devem estar prontas daqui a mês e meio. Não têm camas nem colchões, de modo que dormem no chão. Também não têm mantas… O pessoal vai-se abaixo fisicamente, não devido à guerra e esforço físico, mas sim devido às condições de vida”. (Aldeia Formosa, 6/12/69)
“O dia de Natal passei-o no quartel. Na véspera é que fomos fazer uma operação” (Aldeia Formosa, 26/12/69)
PT/AMR/APJP/001
“Ano do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e vinte e três anos aos dezanove dias do mês de janeiro nesta vila do Redondo…” este é o início do primeiro testamento pertencente ao fundo Provedoria das Comarcas de Évora e Estremoz.
Um total de 474 testamentos digitalizados e disponíveis para consulta com pontos de acesso para uma pesquisa mais simples e direta.
Em geral, os testamentos iniciavam com o prólogo que incluía a saudação (Em nome do pai, filho e espírito santo…) e a identificação do testador (nome, estado, residência e a maioria das vezes profissão), seguida da parte religiosa com a encomendação da alma, invocação dos santos e do anjo da guarda, considerações sobre o estado de saúde, determinação do número de missas a realizar e legados. Depois as disposições materiais, a herança (bens e dívidas) e a enumeração de herdeiros. Por fim indicavam-se as testemunhas, o escrivão e a data e local da redação.
O conteúdo riquíssimo dos testamentos possibilita o estudo de diferentes áreas da história. Neste caso específico são três séculos de história, sendo o último testamento de 1893.
Para consulta em https://arquivomunicipal.cm-redondo.pt/index.php/testamentos
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