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A vila de Redondo teve as suas armas que se perderam naturalmente como se perderam as de muitas outras terras. Assim sendo, Afonso de Dornelas “autoridade bastante conhecida no país em assuntos de heráldica” apresentou o seu parecer que foi aprovado em 1928.
Figura então uma torre torreada pela referência histórica da torre de vigia que Viriato e Sertório utilizaram situada em S. Gens e, também com referência à fortaleza que D. Dinis “construiu ou reconstruiu”. Figuram abelhas “como representação da riqueza local” pela longa data na fabricação de cera e de mel.
Para obedecer às leis da heráldica foi proposto:
– de azul (representa a lealdade) semeado de abelhas de ouro (representa a fé e o poder) com uma torre torreada de vermelho (representa vitórias, ardis e guerras) sobre um terrado de negro (representa a terra e significa honestidade).
A coroa mural de quatro torres significa a categoria da vila. E assim, há 97 anos foi desenhado o brasão de armas, selo e bandeira do concelho.
Cota- PT/CMRDD/C/A/001/004/Cx080
O Arquivo Municipal de Redondo possui centenas de cartazes referentes a espetáculos e outras formas de expressão cultural com data início em 1935.
Nas décadas de 1940 e 1950 as representações culturais eram sobretudo ao nível de teatros desmontáveis, bailes nas sociedades, na Esplanada Rink e bailes particulares, cinema no Cine-Capitólio e Cines Sonoros Ambulantes, circos e, corridas na Praça de Touros de Redondo.
O primeiro cartaz e simultaneamente a primeira referência a uma festa de aldeia do concelho diz respeito às Festas do Freixo, em honra de Nossa Senhora da Assunção, de 30 e 31 de agosto de 1959.
As festas de verão assinalavam um momento de convívio (banda, arraial, fogo de artifício, espetáculo musical) e em paralelo de religiosidade (procissão, missa cantada, fogaças). Este cartaz tem um aspeto curioso referente ao estabelecimento de práticas religiosas “Recorda-se às senhoras que é proibido entrarem na Igreja com fato sem mangas e sem meias”.
O outro cartaz data de 1960 e refere-se às festas de Montoito em honra de S. Sebastião e Nosso Senhor Jesus dos Passos.
Cota- PT/CMRDD/R/A/001/Cx002
As casas do povo foram criadas pelo Decreto-Lei n.º 23051, de 22 de setembro de 1933.
A Casa do Povo de Redondo foi fundada no dia 18 de maio de 1934, tendo-se dado a fusão com a Associação de Socorros Mútuos de Nossa Senhora de Ao Pé da Cruz em 2 de julho de 1941.
De salientar a sua ação de relevo no campo da assistência sobretudo médica e medicamentosa. No campo da cultura popular salientar o seu rancho folclórico: o das Cantarinhas de Barro, o adulto e infantil, fundado a 31 de outubro de 1981.
“É composto por um Rancho adulto, formado por 10 pares e um Rancho infantil o qual conta com a participação de 8 pares. Na parte do acompanhamento musical, existem 2 acordeons, um bombo, ferrinhos e castanholas, os quais são instrumentos que normalmente acompanham as músicas da nossa região e das quais destacamos as saias. (…) As vozes são femininas. (…) O primeiro par representa os ceifeiros, apresentando-se, ela com uma saia das calças e respectiva foice e ele com um par de ceifões, com que se protegia no atar dos molhos de trigo (Memorando, 1984).
Integrado nas comemorações do “Dia da Casa do Povo” vai o Rancho Folclórico levar a efeito o seu I Festival de Folclore em 1983.
Cota- PT/AMR/ASMNSPC/E/003
As eleições de 25 de abril de 1975 foram as primeiras eleições livres em Portugal – ato eleitoral para a Assembleia Constituinte. Também pela primeira vez as mulheres tiveram o direito de voto universal.
Em janeiro de 1975 estavam inscritos 6430 eleitores no concelho, 4800 na freguesia de Redondo e 1630 na freguesia de Montoito.
Funcionaram treze seções de voto. Sete seções de voto a funcionar na vila de Redondo distribuídas pelos edifícios da Escola Morais e da Casa do Povo, uma na Aldeia da Serra, outra no Freixo e outra em Santa Susana. E três na freguesia de Montoito, duas a funcionar na Casa do Povo de Montoito e a outra a no edifício da escola primária das Aldeias de Montoito.
“Os eleitores votarão pela ordem de chegada à assembleia de voto, dispondo-se para o efeito em fila.” (Artigo 90º, Decreto-Lei n.º 621-C/74 de 15 de Novembro).
Em resposta a questionário sobre “Análise do processo eleitoral” não houve dificuldades no recenseamento. A campanha eleitoral correu bem e não houve perturbações da ordem pública. Os partidos concorrentes no círculo leitoral que designaram delegados: PS, PCP e PPD.
Foi assim a 1.ª votação livre no concelho há 50 anos.
Cota- PT/CMRDD/G/001/Cx025
Decorria o ano de 1874, mês de março, quando um indivíduo de nome Venâncio, natural de Castro Marim fora interrogado no tribunal da vila de Redondo pelo crime de contrabando: Autos crimes de querela por descaminho de uma porção de tabaco torcido e charutos espanhóis.
Estava “acompanhado d’uma espingarda d’um cano, um chumbeiro, um polvorinho, quatro metros de baeta encarnada, e 1,300 kilos de tabaco hespanhol”.
O contrabando luso-espanhol assentava sobretudo em produtos como vinhos, tecidos, açúcar, tabaco, azeite, vinagre, cereais, café e sabão.
Pode consultar este e outros processos de contrabando, grande parte aconteceram na zona do Guadiana, referentes ao concelho do Alandroal. Presentes ao Juiz de Direito da Comarca de Redondo e presos na cadeia desta vila.
PT/CMR/JDCR/B/002
Do conjunto de brincadeiras e festejos que ocorrem durante três dias, os que precedem a Quaresma, sempre o Redondo assinalou a época carnavalesca.
O Carnaval de 1944 foi marcado essencialmente pelo cinema. O cartaz anexo em imagem convida todos os redondenses a quatro noites de cinema e a uma matiné no segundo dia. De modo a “passar um CARNAVAL alegre, emocionante, cheio de maravilhas e encantos?!”.
Para além do Cine Capitólio, também um Teatro desmontável preparou um programa para os três dias de Carnaval:
20 de fevereiro, domingo às 21h, 1.º espetáculo de carnaval- A viúva alegre
21 de fevereiro, segunda às 21h, 2.º espetáculo de carnaval- Prata da casa, apresenta um espetáculo de risota e linda música com a interessante Revista-Fantasia
22 de fevereiro, terça às 21h- último espetáculo de carnaval- Casa de doidos, é uma comédia capaz de fazer rir as pedras da rua
Tudo espetáculos de “risota” e gargalhada. Na quarta-feira, a de cinzas, o mesmo teatro desmontável apresentou a célebre tragédia histórica D. Inês de Castro e d. Pedro, o Cruel.
Há 80 anos foi assim…
Cota- PT/CMRDD/R/A/001/Cx001
As Misericórdias eram as principais instituições tutelares de hospitais no país que desempenharam um papel fulcral na assistência social desde o séc. XVI.
Os hospitais eram frequentados essencialmente por pobres, com predomínio da presença masculina.
Segundo o movimento dos doentes do Hospital Civil de Redondo no ano de 1897, estavam hospitalizados 111 varões e 48 fêmeas (designação utilizada para masculino/feminino).
O quadro de pessoal dos hospitais incluía médicos, cirurgiões, enfermeiros, capelões, boticários/farmacêuticos, ajudantes, cozinheira e porteiro. Dependendo do número de doentes e da dimensão das instalações. Em 1865, o Hospital do concelho tinha a seu cargo um enfermeiro e uma enfermeira (casados), em 1869 um cirurgião e um médico.
Excerto de um questionário, de 15 de novembro de 1895, nesta altura cabia ao enfermeiro quase todas as tarefas e responsabilidades com o doente:
“Quando algum doente se urina ou suja quem o limpa? O enfermeiro e o criado.
Quando, como agora há doentes perigosos quem faz as vigílias da noite? O enfermeiro.
Quando o doente desorganiza a cama quem lh’a aconchega? O enfermeiro.
Quando morre um doente a quem pertence amortalhá-lo? O enfermeiro e o criado.
A quem pertence distribuir as refeições e dar os remédios? O enfermeiro e só ele.”
(PT/CMRDD/C/A/001/004/Cx024)
A guerra colonial (1961-1974) em Angola, Moçambique e Guiné onde estiveram as forças armadas portuguesas foi um acontecimento da história profundamente marcante e legível na troca de correspondência.
O serviço de distribuição dos aerogramas foi criado pelo Movimento Nacional Feminino em 1961 como forma de apoiar os soldados e as suas famílias. Os aerogramas amarelos eram enviados no sentido Ultramar – Continente.
O Fundo do Arquivo Pessoal JP (1969-1971) é composto por correspondência expedida pelo particular para a sua família.
Relatos onde são revelados pormenores das operações e o sacrifício. “Viaturas velhas e todas espatifadas e a avariarem a todo o momento… Os soldados da minha companhia estão a viver em barracas, pois estão-se a fazer umas casernas que só devem estar prontas daqui a mês e meio. Não têm camas nem colchões, de modo que dormem no chão. Também não têm mantas… O pessoal vai-se abaixo fisicamente, não devido à guerra e esforço físico, mas sim devido às condições de vida”. (Aldeia Formosa, 6/12/69)
“O dia de Natal passei-o no quartel. Na véspera é que fomos fazer uma operação” (Aldeia Formosa, 26/12/69)
PT/AMR/APJP/001
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